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Lewis Hamilton pode barrar exposição de patrocínio no seu próprio carro

Kingspan, que fechou com a escuderia por duas provas neste ano, enfrenta inquérito por incêndio em prédio residencial de Londres que matou 72 pessoas

Lewis Hamilton pode barrar exposição de patrocínio no seu próprio carro

07 de dezembro de 2021

3 minutos de Leitura

Lewis Hamilton quer barrar a exposição de um novo patrocinador da Mercedes no seu carro. Trata-se da irlandesa Kingspan, especializada em materiais de construção, que fechou com a escuderia para o restante da temporada.

O patrocínio já estava sendo ativado no GP da Arábia Saudita e, agora, valerá também para Abu Dhabi, que fecha a temporada 2021. No entanto, como a Kingspan está envolvida em um inquérito público em andamento em Londres em um episódio que ficou conhecido como “a tragédia da Torre Grenfell”, Hamilton não deseja ter a marca atrelada à sua imagem.

Em junho de 2017, 72 pessoas morreram em um incêndio no prédio residencial Torre Grenfell, após o fogo ter se espalhado rapidamente devido ao revestimento do edifício ser considerado inseguro. Parte do material havia sido fornecido pela Kingspan. As investigações mostraram ainda que a empresa tem um histórico longo de negligência com relação à produtos inflamáveis.

Sobreviventes e vítimas da tragédia criticaram o negócio e, em seguida, a Mercedes se desculpou pelo acordo, sem anunciar qualquer tipo de rescisão. O secretário de habitação do Reino Unido, Michael Gove, criticou publicamente o contrato.

Diante da repercussão negativa, o chefe da equipe da Mercedes, Toto Wolff, escreveu uma carta pedindo desculpas ao Grenfell United. Na carta, ele lamentou “a dor adicional que o anúncio causou” e afirmou que a escuderia alemã quis saber da Kingspan o verdadeiro papel da empresa na tragédia antes de assinar o contrato.

“Enquanto 72 dos nossos entes queridos foram mortos, 18 dos quais eram crianças, a Kingspan e outros saíram ilesos até agora. Exortamos você a estar conosco em nossa luta por justiça, para que a Fórmula 1 e toda a indústria percebam que o dinheiro não vem antes da vida humana”, respondeu o Grenfell United.

Já Lewis Hamilton se adiantou ao falar que não esteve envolvido no acordo e deixou no ar uma certa indefinição sobre a presença da marca em seu carro no último GP do ano.

“Não é algo que eu sinta que devo falar publicamente. Foi novidade para mim e fiquei muito atento e acompanhando de perto todas as famílias afetadas pelo que aconteceu ali. Sabemos que tem havido um grande clamor e uma quantidade incrível de apoio por parte das pessoas da comunidade ao redor. Infelizmente, meu nome está associado à marca porque esteve no meu carro. No entanto, se vai mesmo permanecer para Abu Dhabi, veremos”, disse Hamilton.

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