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Com propostas ao Vitória, Fatal Model busca transformações para além do campo esportivo

Nina Sag, Diretora de Comunicação do site de acompanhantes, detalha os bastidores das propostas e o propósito que guiará o investimento

Com propostas ao Vitória, Fatal Model busca transformações para além do campo esportivo
Nina Sag, Diretora de Comunicação do Fatal Model / Foto: Renan Pinheiro

05 de dezembro de 2023

10 minutos de Leitura

É inegável que o Fatal Model está no centro das atenções do futebol brasileiro, especialmente entre os torcedores do Vitória, time que patrocina. Isso porque principal site de anúncios de acompanhantes do país apresentou duas propostas em um site especial para que os torcedores rubro-negros escolham a forma que a marca irá se associar ainda mais ao clube.

A primeira consiste na aquisição dos direitos do nome do clube, com investimento de R$ 200 milhões, por um período de 10 anos. Em caso de aceitação, o nome do clube seria alterado para “Fatal Model Vitória”.

Já a segunda, envolve os naming rights do Estádio Manoel Barradas, o Barradão, e uma injeção de R$ 100 milhões, também por uma década. Dessa forma, o estádio passaria a se chamar “Arena Fatal Model Barradão”.

As partes já divulgaram números parciais da votação. Sobre os direitos de nome, 87% dos sócios que já participaram da enquete são contra a venda, outros 13% são a favor.

Já os direitos envolvendo o nome do Barradão, 73% dos rubro-negros que já votaram concordam com a comercialização do mesmo.

A publicação no X do clube que anuncia a iniciativa já ultrapassou a marca de 2 milhões em alcance. Já no Instagram, a postagem, compartilhada entre a equipe e a empresa, ultrapassou 30 mil curtidas e quase 10 mil comentários. Além disso, uma ampla cobertura da mídia, inclusive estrangeira.

Para o Fatal Model, a repercussão não chegou a surpreender, sendo ela fundamental para promover a causa defendida pelo site de acompanhantes, independente de quem tente diminuir ou polemizar a iniciativa da empresa.

“Quando pensamos em formalizar essas duas propostas, já sabíamos que o impacto causado seria compatível com a grandeza do clube. Uma proposta como a que fizemos ajuda a trazer visibilidade para nossa causa de trazer cada vez mais respeito e dignidade à profissão, que é legal”, disse Nina Sag, Diretora de Comunicação do Fatal Model, em entrevista ao MKTEsportivo.

Entre os fãs de futebol, o ponto mais sensível está na possibilidade da empresa juntar seu nome ao do Vitória. Independente da maioria da torcida ter que validar o avanço das negociações, trata-se de um ativo imutável quando se envolve um time de tamanha tradição. Nina Sag acredita que o mercado que o Fatal Model está inserido tem ampliado ainda mais a discussão a respeito desta proposta.

“Claro que a questão da cessão do direito de uso de nome é algo disruptivo e polêmico, que divide opiniões independente da empresa ou setor que oferece uma proposta nesta linha. No nosso caso, isso ganha uma dimensão diferente por se tratar de um mercado que ainda sofre muito preconceito”, comentou.

“Valorizamos a voz da comunidade e o diálogo, pois acreditamos que, juntos, podemos construir um futuro mais inclusivo e respeitoso”, acrescentou.

Caso uma das propostas seja aprovada, o Fatal Model já tem um planejamento prévio definido, que será ativado em conjunto com o clube baiano.

“Caso uma das duas propostas seja aceita pela maioria dos sócio-torcedores, avançaremos nas negociações e detalhes. Temos um planejamento prévio, mas que precisa ser validado com o clube, que só abrirá as conversas sobre os detalhes após o aval da torcida”, salientou.

Neste ano, o site aumentou sua presença no futebol brasileiro, com o patrocínio a seis clubes da Série B do Brasileirão. Além do Vitória, o portfólio conta com ABC, CRB, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Tombense. Para os próximos anos, o objetivo é fechar com novas equipes.

“Nos próximos anos, pretendemos alçar grandes voos e ir em busca de novas oportunidades para atingir esses objetivos. Estar presente em novos clubes é uma forma de expandir essa conversa para mais torcidas, e converge com nosso objetivo”, finalizou.

Ainda que nenhuma das propostas avance, o Fatal Model seguirá com seu patrocínio ao clube, válido até o final de 2024.

Abaixo, a entrevista completa com Nina Sag, Diretora de Comunicação do Fatal Model

Como surgiu a ideia, o desenrolar do planejamento da ação, até levar as duas propostas ao clube? Houve algum receio inicial com uma possível repercussão negativa entre os torcedores?

Ao longo desta temporada, a parceria com o Vitória nos gerou grandes resultados. De imediato, quando iniciamos o patrocínio em fevereiro, tivemos aumento de 40% dos números de nossas redes sociais e um retorno de mídia espontânea superior a R$ 30 milhões. Em contrapartida, ajudamos com reforços para a disputa da Série B, e temos a vontade de continuar ajudando a tornar o clube ainda mais forte para as próximas temporadas. Foi com esse propósito que apresentamos essas duas propostas.

Quanto à rejeição dos torcedores, não foi uma preocupação nossa pelo fato de não estarmos impondo nenhum acordo. Pelo contrário, abrimos para a torcida escolher a proposta que julga como a melhor forma de aumentarmos nosso apoio ao clube. 

A repercussão em si, ganhando a mídia e alcançando milhões de pessoas, impactou o negócio de vocês neste curto período? O retorno acabou surpreendendo?

O Vitória é um gigante do futebol brasileiro. Durante este tempo de parceria, tivemos ótimas experiências com a torcida rubro-negra, que se mostrou completamente engajada com a sua maior paixão. Quando pensamos em formalizar essas duas propostas, já sabíamos que o impacto causado seria compatível com a grandeza do clube. A repercussão da notícia tem um papel muito importante para nosso propósito de conscientizar e educar a sociedade sobre a profissão de acompanhante, rompendo paradigmas e tabus, além de abrir espaço para o diálogo sobre estratégias de marcas e clubes para fortalecerem ainda mais suas parcerias e trabalho em equipe, em prol do desenvolvimento não apenas do esporte, mas da sociedade como um todo.

Uma proposta como a que fizemos ajuda a trazer visibilidade para nossa causa de trazer cada vez mais respeito e dignidade à profissão, que é legal. Essa, aliás, é uma informação que grande parte da sociedade ainda desconhece. Trazer esse assunto à luz é fundamental para que o conhecimento e a educação ajudem no papel de transformação social que temos por trás de tudo o que fazemos.

Houve alguma cobrança em relação aos torcedores de outros clubes que vocês patrocinam, no que tange maior investimento, valorização?

No geral, os torcedores de outros clubes patrocinados se manifestaram em relação ao assunto de forma bem humorada. Muitos fizeram a brincadeira de que, se os torcedores do Vitória não aceitassem a proposta, poderíamos levar a mesma para seus times.  

A presença de uma marca no nome de um clube seria algo disruptivo no futebol brasileiro. Ciente do quão burocrático envolveria esta mudança, e que não dependeria exclusivamente da torcida, esta proposta serve mais para mostrar a força midiática, criativa e financeira que o Fatal Model atingiu no mercado?

Claro que a questão da cessão do direito de uso de nome é algo disruptivo e polêmico, que divide opiniões independente da empresa ou setor que oferece uma proposta nesta linha. No caso da proposta do Fatal Model ao Esporte Clube Vitória, isso ganha uma dimensão diferente por se tratar de um mercado que ainda sofre muito preconceito. Essa iniciativa vai além do campo esportivo – é uma maneira de fortalecer a mensagem de que todos são dignos de respeito, segurança e dignidade.

Abrimos uma consulta popular, dando aos mais de 30 mil sócios-torcedores do Vitória a chance de opinar sobre a proposta. Valorizamos a voz da comunidade e o diálogo, pois acreditamos que, juntos, podemos construir um futuro mais inclusivo e respeitoso. Precisamos ter esse tipo de conversa e o efeito criativo, inusitado e financeiramente significativo da proposta coloca a pauta na mesa. 

Queremos compartilhar, através dessa proposta, a essência que nos move, nossos valores e o propósito que nos guia. O Fatal Model não é apenas uma plataforma de anúncios para acompanhantes. Somos uma comunidade que busca quebrar estigmas, promover respeito e dignificar uma profissão muitas vezes mal compreendida. 

O futebol, como paixão nacional, nos oferece um espaço único para disseminar nossos valores e mensagem. Ao associar nossa marca ao futebol, ampliamos nossa visibilidade e, ao mesmo tempo, conscientizamos o público sobre a importância do respeito.

Basta ver quantos programas de TV, podcasts e veículos de imprensa abriram espaço neste fim de semana para discutir o assunto. Mais do que a divulgação da nossa marca e a do Vitória, estamos abrindo um diálogo e uma conversa necessária, que envolve a questão da troca de nome – trocar de nome é algo bem comum no nosso setor. Estamos acostumados a ter que usar códigos e pseudônimos para nos protegermos do preconceito.

Naming rights é um modelo de patrocínio muito tradicional e já praticado no futebol brasileiro há algum tempo. Esta sim com possibilidade de avançar e o acordo ser concretizado, o Fatal Model já planejou como poderá trabalhar este patrocínio para 2024?

Em relação ao patrocínio já vigente, continuaremos em constante parceria com o Vitória para promover ações junto à torcida. Logo no início do ano, iremos premiar um torcedor com um carro 0km, conforme anunciamos recentemente. Em breve, a ação será detalhada. Também temos uma série de outras ações planejadas em conjunto com o clube, pois acreditamos que o patrocínio deve ir muito além de ser apenas a exposição da marca na camisa do time. Queremos que essa parceria vá além, envolva a torcida e seja uma forma de o Vitória ficar ainda mais forte em 2024.

Caso uma das duas propostas seja aceita pela maioria dos sócio-torcedores, avançaremos nas negociações e detalhes. Temos um planejamento prévio, mas que precisa ser validado com o clube, que só abrirá as conversas sobre os detalhes após o aval da torcida.

Hoje o Fatal Model patrocina diversos clubes e busca, por meio destes aportes, respeito, dignidade e empoderamento. Que balanço você faz destes investimentos em 2023 em relação ao posicionamento de marca, reconhecimento e os objetivos citados dentro do esporte?

A parceria com o Vitória nos abriu portas no futebol brasileiro. Neste ano, firmamos ao todo oito acordos com clubes do país. A cada patrocínio, a cada novo passo, mostramos que é possível educar a sociedade e conscientizar o público em geral de que a profissão é digna de respeito, como qualquer outra.

Foi um ano extremamente positivo para o Fatal Model e para o Vitória. Além do reforço dos nossos valores, ainda ganhamos a fama de “pé quente”.

Para 2024, o Fatal Model buscará novos clubes no futebol brasileiro para fortalecer cada vez mais sua mensagem?

Sem dúvida alguma. Com o Vitória, conseguimos conquistar um objetivo muito importante tanto para o clube, quanto para nós, que é estar presente na primeira divisão do futebol brasileiro. Essa exposição que teremos é indispensável para reforçar cada vez mais os valores de nossa marca. Além disso, queremos viabilizar o diálogo sobre uma temática tão importante, mas que ainda é pouco discutida e pouco aceita pela sociedade.

Nos próximos anos, pretendemos alçar grandes voos e ir em busca de novas oportunidades para atingir esses objetivos. Estar presente em novos clubes é uma forma de expandir essa conversa para mais torcidas, e converge com nosso objetivo.

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