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Tudo sobre a crise que resultou na rescisão do contrato entre Corinthians e VaideBet

A crise no clube em 2024 chegou ao seu auge quando a empresa de apostas anunciou o rompimento do seu contrato de patrocínio máster

Tudo sobre a crise que resultou na rescisão do contrato entre Corinthians e VaideBet
Foto: Jozzu/Agência Corinthians

08 de junho de 2024

3 minutos de Leitura

A crise no Corinthians aumentou quando a VaideBet anunciou, na sexta-feira (7), o rompimento do seu contrato de patrocínio máster com o clube. Sim, aquele que seria o maior contrato de patrocínio na história do futebol brasileiro.

Válido por três anos e por um total de R$ 370 milhões, acabou se tornando mais um capítulo em um dos momentos mais delicados da história do Timão.

Os problemas iniciaram quando foi revelada a existência de um intermediário na negociação entre as partes. Até então, acreditava-se que o acordo teria sido feito sem qualquer intermediação. Posteriormente, descobriu-se que a Rede Social Media, empresa de Alex Cassundé, que trabalhou na campanha de Augusto Melo para a presidência por indicação de Sérgio Moura, que depois se tornou superintendente de marketing do clube, foi a responsável por intermediar o patrocínio.

Já em abril, a Gazeta Esportiva revelou que o contrato incluiu também uma comissão de 7% para a intermediária. O Corinthians deveria pagar, assim, R$ 25,2 milhões para a empresa Rede Social Media.

Diante do fato até então desconhecido, Rubão, que era diretor de futebol, bem como outros membros da diretoria corintiana, exigiram explicações do presidente. Diante dos impasses, ele deixou o cargo.

Já em maio, o jornalista Juca Kfouri publicou em sua coluna no UOL que a Rede Social Media Design, empresa intermediária da negociação, teria pago mais de R$ 1 milhão para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa acusada de ser laranja pela reportagem.

A empresa teria como sócia Edna Oliveira dos Santos, de origem humilde e que sobrevive às custas do Auxílio Brasil, no Jardim Caraminguava, região periférica de Peruíbe, no litoral paulista. Naturalmente, ela desconhecia todo o caso.

Com os desdobramentos fruto da publicação, Sérgio Moura, então superintendente de marketing do Corinthians, pediu afastamento do cargo. O clube, em sua defesa, disse “que todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas” e que “não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”.

Diante dos fatos, a VaideBet anunciou o fim do patrocínio. A decisão foi tomada depois da abertura de uma investigação da Polícia Civil sobre um possível repasse de parte da comissão do acordo a uma empresa supostamente utilizada como laranja.

Comunicado da VaideBet sobre rescisão com o Corinthians:

A VaideBet informa que exerceu nesta sexta-feira (7) a rescisão do contrato de patrocínio com o Sport Club Corinthians Paulista. Desde o início de abril a marca acompanha e solicita esclarecimentos sobre as suspeitas levantadas, tendo já realizado reuniões, comunicações formais e notificação extrajudicial. Diante das explicações apresentadas sem nenhuma resolutividade, a VaideBet lamentavelmente se vê obrigada a tomar tal atitude.

A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão – que foi exercida pela VaideBet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão.

A VaideBet lamenta pelo fim de uma parceria que deveria ter durado no mínimo três anos e agradece, pelo carinho e pelo respeito, à imensa e apaixonada torcida do Corinthians, que diariamente sustenta a história e os valores da instituição.

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